12 de junho.

"Amor é bicho instruído.

Olha: o amor pulou o muro

o amor subiu na árvore

em tempo de se estrepar.

Pronto, o amor se estrepou.

Daqui estou vendo o sangue

que escorre do corpo andrógino.

Essa feria, meu bem,

às vezes não sara nunca

às vezes sara amanhã.

Daqui estou vendo o amor

irritado, desapontado,

mas também vejo outras coisas:

vejo corpos, vejo almas

vejo beijos que se beijam

ouço mãos que se conversam

e que viajam sem mapa.

Vejo muitas outras coisas

que não ouso compreender..." 

Carlos Drummond de Andrade.

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Eu vejo muito mais.

Vejo sorrisos, risos e, lágrimas também.

Vejo abraços, 

discursões, 

reconcialiações, 

ações,

reações

e sensações.

Vejo mais, vejo paz.

Vejo ciúmes.

Vejo maus costumes.

Vejo brilhos de estrelas imaginárias.

Vejo se tornarem vivas 

as obras literárias.

Vejo tudo.

Vejo nada.

Vejo pessoas apaixonadas.

E muito mais que isso,

interligadas,

amadas,

ou não.

Vejo duas pessoas

compartilharem a mesma emoção.