quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Fim?


Finalmente tomei coragem para escrever e finalizar uma história que eu nem sei se acabou ainda. Tomei  o copo de coragem que há tempos eu tinha rejeitado: coragem amarga que só desce com água. Vim aqui já duas vezes e não consegui começar a escrever, não saía uma palavra. Tive vontade de postar um texto em branco, mudo, pra representar minha falta, meu olhar e minha lágrima. Não sei nem como começar e na minha mente só vem a lembrança daquele velho casal, que ando falando e contando sobre o seu amor por aí. Porém vou começar com uma breve situação: ele e ela... Estavam separados, porém juntos. Um consolando o outro pelo término de seus namoros, sendo que estes namoros, era dele com ela e dela com ele, ou seja, o namoro era um só. Estavam sentados no ponto de ônibus chorando muito, mas dizendo um pra o outro:

- Não chore não, se não eu vou te bater, ouviu?

- Eu? Chorando? Quem está chorando aqui? Mas você, se continuar assim, não te ligo mais!

Até parece que isso ajudava, que isso fazia parar aquela amarga tristeza e aquela falta que vocês podem murmurar aí "não sei de que, pois estavam os dois juntos ainda".
Falta dos beijos roubados, falta de dizer que "é meu", falta das palavras bobas e declarações tão íntimas. Falta da espera na saída, falta das ligações antes de dormir, falta das risadas felizes, falta de tanta coisa, que agora, é tão difícil escrever. Entretanto, como eu disse já uma vez: nunca falta de amor.
- Por que isso não falta?  - ela se perguntava murmurando, chorando, andando, pensando.
Enquanto isso, ele estava com medo de ouvir "eu te amo" da boca dela pra não cair em lágrimas. "Eu te amo", que ele se alegrou tanto ao ouvir, durante tanto tempo. Irônico, não?
Meu querido Carlos Drummond em poesia diz assim "O amor, no escuro, não, no claro, é sempre triste.", eu concordo e ainda acrescento "e irônico também, Carlos".
E enquanto eu fico me interrogando sobre o término do namoro, ela ainda tem esperança, apesar da sua maluquice, que pode ou não pode ser realmente um fim. É tão difícil de aceitar que é um fim. E ela não aceita. Não aceita mesmo. E ele, ainda está sem entender toda aquela situação tão nova, por qual nunca havia passado. Tomara que ele ainda esteja pensando nela. Preciso continuar relatando essa história de amor, se não esse eu-lírico morre. Por conta disso tudo, vou parar por aqui e ainda vou usar reticências, pois sou o eu-lírico que mais quer o bem dos seus personagens. Fora que nem sei se é um fim...


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